Acho que exagerei no tom ao falar no passado sobre não
querer ter filhos. Porque agora, passado o primeiro trimestre da gestação, que
estou começando a contar a novidade para amigos e pessoas próximas, muita gente
se surpreende e me diz algo como ‘Nossa, logo você? O que te fez mudar de ideia? Foi planejado?’
Não tinha percebido que eu tinha difundindo esta imagem de mulher-que-não queria-filhos-de-jeito-nenhum tão fortemente. Sendo muito sincera, certeza, certeza absoluta eu nunca
tive, e não me envergonho disto.
A verdade é que eu amadureci muito esta ideia na minha mente
e no meu coração ao longo de anos, e não mês passado. Desde que me casei e durante
muito tempo fui ponderando os prós, os contras, argumentos favoráveis e
desfavoráveis, acompanhei a trajetória de outros amigos e amigas que se
tornaram pais, conversei horas e horas sobre o tema com marido, com terapeuta,
com amigos, com mães profissionais, chorei bastante, expus meus medos, acalmei
o coração e então, depois de todo este processo (e achando que ainda que não estava
pronta), tomei a decisão, com consciência e responsabilidade.
Para mim foi preciso anos, para outros, isto é questão de
meses e já está tudo resolvido. O fato é que não há como determinar uma hora
certa, o momento mais apropriado. As variáveis são muitas e complexas (idade, o nível e profundidade da sua relação
amorosa, saúde, carreira, família, finanças...) para esperarmos
que todas elas estejam resolvidas para então tomarmos alguma decisão. Hoje este
é um dos grandes desafios do tempo que vivemos, é uma questão da vida adulta moderna
e que não há muita saída a não ser lidar com ela da melhor forma que pudermos.
No
meu caso, foi preciso o tempo, a ponderação e reflexão. Para outros, a
resposta vem do coração, e o resto é resto.
Pessoalmente, acho que o que podemos tentar é esperar o
melhor, e se preparar de todas as formas possíveis (mentalmente, espiritualmente,
financeiramente) para enfrentar a nova realidade escolhida com sabedoria e
serenidade.
Hoje sinto que é minha hora. E estou feliz por poder afirmar
isto.
Um escritor e educador que admiro e acompanho, Eugenio Mussak, escreveu um texto sobre o assunto Hora certa para ter filhos, que vale muito o clique ;)
Vanessa, acredito que há de se respeitar a hora de cada mulher, respeitar a sua história, assim como você respeitou a sua própria :)
ResponderExcluirNão sei se já falei, mas que Deus abençoe e muito a sua gestação!
Bjs
Amém e obrigada pelas palavras Elza! bjo grande.
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